Caldas-MG entre doces, queijos e biscoitos

Por MÔNICA KIKUTI – Localizada a 290 km da Capital, Caldas é uma cidade no Sul de Minas Gerais, próxima a Po- ços de Caldas, que conserva belezas naturais e uma culinária de botar qualquer dieta a prêmio. No distrito de Pocinhos do Rio Verde, a poucos quilômetros de Caldas, está o Grand Hotel Minas – Wine & Spa, conside- rado o mais antigo em operação no Brasil: 127 anos de muita história.

Com quase 14 mil habitantes (sendo pelo menos 600 em Poci- nhos), Caldas tem laticínios, fábri- cas de doces e farinha de milho, além de alambiques para refestelar- se com os sabores tradicionais de Minas Gerais.

Prepare-se para o frio. Mas tam- bém para o calor humano, já que a simpatia é palavra de ordem por es- tas bandas mineiras, onde o visitan- te é bem recebido e acolhido. Um dos eventos tradicionais é a Festa do Biscoito, que acontece em Pocinhos do Rio Verde, no mês que vem, a partir da segunda quinzena, sem- pre aos ns de semana. A festa tem o tradicional biscoito de polvilho, daqueles pequenos que o paulista já conhece, e um grandão que o pes- soal de Caldas inventou de rechear com pernil e linguiça calabresa. Na festa também há artesanato local, danças típicas (como catira), shows e, claro, muitas coisinhas gostosas produzidas na cidade para agradar a qualquer paladar.

Da culinária à natureza, o bem estar é protagonista

mônica kikuti – O barulho da água corrente anuncia a pre- sença de cachoeiras exuberan- tes que fazem qualquer pau- listano estressado se render às belezas gratuitas da mãe natureza. Caldas e Pocinhos do Rio Verde têm ao menos 20 cachoeiras. Dentre elas, destacam-se a Cascata Antô- nio Monteiro e as cachoeiras da Rapadura e da Margarida.

Prepare-se para caminha- das, mas também para uma paisagem de deixar o queixo caído, como a vista geral da cidade, do topo da Pedra do Coração, a 1.350 metros de altitude. A Pedra Branca, a

Artesanal – Farinha de milho é produzida na cidade

1.850 metros de altitude, é o ponto mais alto da região e um passeio ideal para os aventureiros, com um vale cheio de grutas e cavernas.

Já em se tratando de culi- nária, os biscoitos de pol- vilho são a grande vedete. Confeiteira de mão cheia, Nair Aparecida Barbosa, 71, faz doces, rosquinhas, bolachas e os biscoitos de polvilho, do grandão aos pe- queninos, desde quando era menina. “É tradição de famí- lia. Aprendi com minha mãe quando tinha 14 anos”, con- ta ela, que participa da Festa do Biscoito desde a primeira

edição, há 24 anos.
O biscoitão de polvilho,

aliás, é feito por dona Nair em enormes fornos à lenha, atrás do Balneário de Po- cinhos do Rio Verde, onde acontece a Festa do Biscoito. O biscoito leva 25 minutos para assar. Já as broas de mi- lho demoram quase o dobro, por isso, têm de ser assadas antes do biscoitão. “A massa do biscoito grande é diferen- te da dos pequenos. Tenho que prepará-la dois dias an- tes de vender”, revela a in- cansável senhora, que nem de longe aparenta a idade que tem.