Grand Hotel Pocinhos: Mais de 130 anos de história em Caldas/MG
Em meados de 1884, o Sr. Nicolau Tambasco, vindo da Itália, estabeleceu-se em Pocinhos do Rio Verde, onde mais tarde, desviou o Rio Verde captando a primeira fonte de água sulfurosa e fundou o primeiro hotel da região com o nome de Hotel Rio Verde. A construção era de “pau-a-pique” e tinha como objetivo, atender a demanda de tropeiros e viajantes que passavam pelo local.
A posterior ampliação do hotel deveu-se à divulgação do poder curativo das águas sulfurosas que brotavam nas terras do futuro balneário. A partir deste momento, começou-se um novo ciclo de demanda no hotel, com uma consequente segmentação desta, o segmento de saúde.
Em 1886, Nicolau Tambasco adquiriu terras para plantação de uvas nas proximidades do Rio Verde. O ponto era estratégico por ser parada obrigatória para os viajantes, então Nicolau Tambasco resolveu abrir o Grand Hotel. Hospedava e alimentava viajantes com a notícia do poder de cura das águas sulforosas de Pocinhos do Rio Verde.
Após vinte anos, Nicolau vendeu-o para uma francesa chamada Suzane Pellissier, que chegou em Pocinhos em busca das famosas águas. A madame Suzane, como era chamada por todos, comprou, reformou, ampliou e o renomeou como Grande Hotel Pocinhos, juntamente com seu companheiro José de Paiva Oliveira, engenheiro mineiro, que veio a Caldas explorar Zircônio. A madame explorou com esmero o Grand Hotel por mais de trinta anos. Deixou como sucessor o seu sobrinho, Paulo Pellissier.
Já em 1920 o Hotel passou por um momento de transformação quando se dedicou também à realização de eventos e atividades do cassino (com o propósito de divertir os hóspedes). Neste mesmo ano, após algumas modificações no Grand Hotel, a Sra. Pellissier o reinaugurou junto ao seu companheiro. Após a inauguração do Cassino, em 14 de junho de 1920 (como descreve o jornal “Estadinho”, pág 26 do livro de Impressões) e frente ao momento em que vivia a sociedade paulista, eram comuns as visitas de hóspedes ilustres.
A partir do estudo dos registros, documentos e relatos da história do Grand Hotel, pôde-se constatar a “alta” representação do hotel em meados de 1920. O glamour e a imponência a que os hóspedes eram submetidos era algo inatingível em outros destinos.
Em 1946 os cassinos foram fechados, sob ordem do então Presidente da República Eurico Gaspar Dutra. O cassino do Grand Hotel também foi fechado, mesmo tendo como enfoque exclusivo o divertimento de seus hóspedes. Neste ano o hotel foi vendido, ao Sr. Aldo Aliberti e sua esposa Srª. Yolanda Aliberti.
Em 1950 o hotel é novamente vendido, passando então a nomenclatura de Grandes Hotéis Pocinhos S.A. Esta empresa era então administrada dentre outros acionistas pelo Sr. Paulo Pellissier (sobrinho da Madame) e pelo Dr. José Paiva de Oliveira. Entre os anos de 1961 e 1970, o hotel foi administrado pelo Sr. Reynaldo Gomes de Oliveira.
Em 1986 o hotel foi novamente vendido para o Sr. Elias Guimarães Borges e sua esposa Srª. Rossana Suaid Porto Guimarães Borges, atuais proprietários. Nesta época o prédio encontrava-se em péssimo estado de conservação. Varias reformas e construções foram executadas para que a área do hotel ganhasse a configuração atual.
O Grand Hotel Pocinhos é considerado o mais antigo do Brasil em funcionamento sem interrupção de sua atividade.